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A evolução do movimento das peças

     Alguns componentes do xadrez mantiveram padrões originais desde o antigo Chaturanga indiano como o tabuleiro, o Rei, o Cavalo, o movimento da Torre e os Peões.

     O Rei com seu movimento limitado manteve seu significado e posição de objetivo principal do jogo. O que hoje é a torre sempre teve seu movimento horizontal e vertical ilimitado e originalmente era a peça mais forte do jogo, tendo mudada apenas sua representação com o passar do tempo. No Chaturanga era um barco no Shatranj a figura representava o carro de cerco usado para transpor as muralhas inimigas chamado de "hook", nome preservado no inglês.

     Na conversão das peças ao estilo europeu passou a ser representada pela torre fortificada que era originalmente o alvo e não a arma. 

     O cavalo representa a unidade bélica especializada mais antiga da humanidade sua forma e seu movimento singular de salto em "L" são os mesmos desde o chaturanga.

     Os peões também mantiveram sua representação de unidade de combate a pé movientando-se para frente uma casa por vez sem direito de recuar. A evolução europeia permitiu aos peões a possibilidade do movimento de duas casas na primeira jogada agilizando o início do jogo.

     A possibilidade de promoção do peão associada a ampliação dos movimentos da Dama e do Bispo são as diferenças fundamentais entre o jogo Persa e o moderno modificando totalmente a estratégia. Antes não existia a promoção do peão e a Torre era o único elemento real de força. Assim, o jogo não possuía o dinamismo e a complexidade atual.

     O atual Bispo antes representado pelo elefante e se movimentava apenas duas casas diagonais a cada jogada. Esse movimento não era um salto. Caso houvesse uma peça na primeira casa na diagonal o elefante ficava obstruído. A Dama, peça mais poderosa do xadrez moderno, é originada do Vizir, peça que tinha pouco valor com mobilidade restrita a uma única casa diagonal.

    Um movimento que não existia era o roque. O movimento de proteção do Rei variou de região para região da Europa. No livro "Arte de Ajedrez" de Lucena é descrito como um movimento composto em dois lances primeiro pela torre seguida do salto do Rei e essa sequência não necessariamente era um movimento consecutivo.

    O movimento "en passant" foi certamente uma das últimas modificações de movimentos a serem incluídas no jogo.

   A regra de que as brancas obrigatoriamente começam a partida também parece ser uma convenção fixada apenas no século XVI.